E o vento levou todos os sonhos que tinha guardado para nós.
Levou consigo todos os planos que tinha em mente, e todas as expectativas que
em mim predominavam. O tempo que era encarregado de curar, o melhor remédio
para todas as dores, não curou a minha. Na verdade, só a fez crescer. Tudo se
desfez tão rápido. Mas o que deveria se esvair, ainda continua aqui dentro. É
insano. Como pode algo invisível machucar tanto. E pior: Como pode alguém
continuar a amar outro alguém sabendo que o mesmo não o ama? É mais insano
ainda. Seria mais lucrativo acabar e ponto final. Sairia mais em conta. Pois
não ficaríamos remoendo os fatos, e destruindo mais ainda o que já não pode
ficar, sequer, de pé. Aquele mesmo vento que levou os sonhos, trouxe os
pesadelos, e as lembranças também. E o encarregado de cuidar disso, ainda não
se prontificou. Esse tempo se põe a mim como um sádico. Talvez, ele queira me
ver sofrer mais um pouco, e mais... E mais... E mais... Até que não reste mais
nenhum ‘’eu’’. Ou, quem sabe, ele só queira ver até onde eu consigo levar
sozinha. Um teste. É, um teste de resistência contra as minhas dores e
sentimentos frustrados. Então, se for um teste, eu desisto. Não quero mais
sentir tanta saudade, pesadelos, e sonhos juntos. Não agora. Me poupe dessas sensações
repetitivas, e te pouparei da culpa. Se é que você se importaria com isso,
Senhor Tempo.
Thays Ribeiro
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